“Chacrinha: O Eterno Guerreiro”: Remake ou continuação?

O programa especial exibido na última Quarta (06/09) trouxe de volta à tela da TV Globo, juntamente com a figura de Abelardo Barbosa, a nostalgia dos programas de auditório raiz, daqueles com muita desordem e pouca roupa (das bailarinas, ou Chacretes, é claro).

Para quem não sabe quem é o Chacrinha, José Abelardo Barbosa de Medeiros já seguia carreira no rádio como “Chacrinha” desde 1944, ano que criou o verdadeiro “Cassino do Chacrinha”. Na TV, estreou na Tupi em 1956 e, em 1967, estreou na TV Globo e comandou 2 programas na emissora até 1972, quando retornou para a Tupi. Antes de retornar para a Globo em 1982, passou por um período na Record, voltou para a Tupi e foi para a Bandeirantes. Até 1988, ano de sua morte, comandou na Platinada o “Cassino do Chacrinha”, nome de seu primeiro programa na rádio.

A homenagem(?) da Rede Globo, batizada “Chacrinha: o Eterno Guerreiro“, me pareceu mais um “remake em Full HD” do Programa original, como diria na gíria dos Gamers de hoje. A abordagem deu uma sensação de como era o “Cassino do Chacrinha” do que uma homenagem propriamente dita. Falo isso pois tivemos atrações que não eram nem nascidas quando Chacrinha morreu, como Luan Santanna, Marília Mendonça e Anitta. Todos estes com menos de 30 anos de vida e não tiveram nem memória de infância do programa (Chacrinha morreu há mais de 29 anos), porém todos estes são top nas paradas de sucesso e era isso que comandava as atrações musicais do antigo programa.

Luan Santanna como “Cantor Mascarado” no Especial

Em contrapartida, cantores que eram figurinhas carimbadas no saudoso “Cassino do Chacrinha” também deram as caras: Ney Matogrosso, Sidney Magal, Luiz Caldas, Alcione e, logo de início, Roberto Carlos. Fábio Jr. também esteve lá e até se emocionou ao se rever no telão (já já falo sobre ele), conversando com Chacrinha na década de 80, sobre o início de sua carreira.

Mas (sempre tem o mas), algumas ficaram meio estranhas nesta que, até agora, não consegui definir se foi homenagem, especial ou remake.

Não convidaram alguns jurados clássicos (que ainda estão vivos) ou figuras que fizeram parte da história do Programa e que até hoje são lembrados por ele. Podemos citar algumas destas figuras, que são: Rita Cadillac, Gretchen (que teve suas músicas tocadas neste “remake”) e o apresentador João Kleber, que até chegou a substituir Chacrinha. Nenhum deles apareceram nem nos depoimentos que foram encabeçados por Fausto Silva e Serginho Groisman, logo após do bordão “Roda, roda e avisa…”. Isso, em especial, eu achei um ponto fraquíssimo para um programa que tinha clima de homenagem, porém, parecia uma continuação de um programa que nunca havia terminado.

Confuso, não é? Eu sei. Também achei.

Outra coisa que não gostei foi a ausência de imagens de arquivo, que se limitavam a passar em um telão no fundo do cenário ou em fotos. A única aproximação deste telão foi após a entrada do Fábio Jr. Tirando isso, nenhuma vez a câmera aproximou-se tanto destas imagens, que poderiam ter sido inseridas na edição. Mas, talvez, seria pelo clima de “continuação” e não de homenagem. Ou seria o contrário? Já disse: foi confuso.

Fábio Jr. e as Chacretes deste remake/homenagem/especial.

Em termos de audiência, o Especial manteve uma incrível média de 27 pontos, mesmo passando da 00 hora de uma véspera de feriado. O Profissão Repórter entrou com 23, o que não é nada mal para o horário (quase 00:30 do dia 07). Acredito que a Globo tente novamente ou, ainda, repita essa homenagem em algum momento novamente. Haja visto que, uma média tão boa assim, pode render grandes patrocinadores. Ou você acha que a grande platinada vai querer perder dinheiro?

Stepan Nercessian que, por anos, interpretou Chacrinha em um musical, conduziu perfeitamente o auditório e as atrações, fazendo que a lembrança e os bordões do “Velho Guerreiro” voltassem a ficarem frescas na memória de quem era criança na época (como eu) ou de quem realmente gostava do Cassino do Abelardo.

Enfim, “Chacrinha: o Eterno Guerreiro” passou-me mais uma impressão de continuação meio que “atualizada” do que uma homenagem em si. Ou de um remake em forma de homenagem. Entendam como quiser.

Se você quiser ver (ou rever), a Globo disponibilizou a íntegra gratuitamente no Globo Play. Clique aqui para assistir.

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Rogério Lima

Rogério Lima

Ex-pagodeiro, Empresário, Gamer, Capixaba e criador desse e de outros ~trocentos~ blogs. Está nessa vida desde 2003, mas não ficou nem rico e nem famoso. Gosta muito de receber brindes, mas é sempre esquecido.

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