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Baú do Martorelli: A grande trepada do Doutor Cipreste

Além de Fiofó das Candeias
Onde Judas perdeu as meias
Ficava a cidade de Ouriço
Lá não tinha viado por Sérgio Martorelli
Só macho curtido e sarado
Pinto em riste pro serviço

Se vinha o Zeca Arretado
Touro andava de lado
Pra vaca não virar
Tinha ainda o Jacinto por Sérgio Martorelli
Colava milho no pinto
Pras galinhas ciscar

Feliz era a Dona Zenaide
Dona do Bar Midinaite
O melhor puteiro de Ouriço
As quengas não negavam nada
Barba, cabelo e raspada
Encaravam qualquer piço

Muié era só fartura
Ninguém penava secura
Ouriço era o Paraíso
Com tanta pemba ardente
Cu e buça valente
Não tinha um cabra com friso

Um dia correu na cidade
Notícia de calamidade
Tinha um virgem no local!
Era o Doutor Cipreste
Velho nos tempos do Prestes
Nunca tinha usado o pau!

O prefeito Olegário
Reuniu com o vigário
E decretou feriado
“De hoje não passa não
Aqui, todo cidadão
Tem que ser descabaçado!”

O povo rumou em massa
Foram pra frente da casa
De Cipreste, o ancião
“Cabou-se sua agonia
Que hoje chegou o dia
Da primeira meteção!”

Cipreste ficou ressabiado
Temendo fama de afrescado
Nem pensou em recusar
Botou um terno limpo por Sérgio Martorelli
Passou laquê no pinto
“Manda as quenga entrar”

Já era meio-dia
E seu Cipreste fodia
A última quenga da praça
O vai e vem era bão
Mas nada de requeijão
“Sem gozar, não tem graça!”

Os homens de boa fé
Emprestaram as próprias muié
Mas nada do pinto esguichar
“Já sei”, disse o velho astuto
“Quero provar de um puto!
Cu de macho vou lacear!”

Aí deu-se o rebu
Pois homem não dava o cu
Naquela cidade exemplar
“Começou tem que ter fim
Isso não fica assim
Agora eu quero gozar!”

O vigário pensou bem
Decidiu “ah, que qui tem…”
E levantou a batina
Cipreste rancou bosta
Quase quebrou as costas
Do padre em triste sina

“Ainda não tou satisfeito
Quero o cu do prefeito
E de quem mais cagar!”
A machada fez fila por Sérgio Martorelli
“Ele é o doutor da vila
Virgem não pode ficar!”

Cipreste o fogo não nega
Não sobrou nenhuma prega
Nos homens do povoado
Enfim o doutor gozou
A mão no peito botou
Caiu no chão, fulminado

Do funeral era o dia
Os cus ainda ardiam
E ninguém se olhava na cara
“Mas que velho mais puto!”
Todos pensavam no luto
“Passou a cidade na vara!”

Cipreste foi enterrado
Com honras de Chefe de Estado
Num mausoléu luxento
Todo olho pingava
E o féretro continuava
Com a cidade em desalento

Sentada numa nuvem malhada
Cipreste ria que se mijava
Da peça que tinha pregado
Virgem, nunca tinha sido
Corneou tudo que era marido
E fez de macho em viado

Hoje a cidade de Ouriço
Tenta com sacrifício
Tirar o nome da lama
Mas o boato foi geral
Virou notícia nacional
O trote do velho sacana

Ouriço não é mais aquela
Agora tem até passarela
Pra traveco desfilar
Macho beija bigodudo
Dispensa o pastel peludo
E vai numa tora sentar

O Bar Midinaite faliu
E a mulherada partiu
Prum lugar mais agitado
Ouriço ficou mais feliz por Sérgio Martorelli
E hoje todo mundo diz
“Cipreste, muito obrigado!”

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Rogério Lima

Rogério Lima

Ex-pagodeiro, Empresário, Gamer, Capixaba e criador desse e de outros ~trocentos~ blogs. Está nessa vida desde 2003, mas não ficou nem rico e nem famoso. Gosta muito de receber brindes, mas é sempre esquecido.

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